Desaprender para Reaprender. O que acontecerá com empresas que não se transformarem digitalmente?

Muito se fala sobre a necessidade de inovação, mas é preciso gestores irem além do discurso e compreenderem este elemento tão comum nos tempos atuais do mercado como um fator de sobrevivência dos seus negócios. “Inovação é o que mantém as empresas vivas”, ou “permite que as empresas tenham um aumento de sua perenidade”. É uma regra para quem deseja ultrapassar a transformação digital e ter bons resultados nos próximos anos.

Muitas empresas mundialmente conhecidas falharam por ignorar a exigência da inovação. Vale dizer que cada vez mais os diferenciais e indicadores de inovação são construídos no interior dos negócios, não apenas na aquisição de mão de obra e tecnologias que há no mercado, mas através de um Novo Mindset, que envolve todos os extratos da empresa, a sua cultura organizacional e a capacidade de se alinhar com uma gestão de alta performance.

A lista poderia ser de centenas de casos, mas vamos a 5 apenas, de grandes empresas que todos conheçam que simplesmente sofreram o “Efeito Seneca” por não se transformarem, por não priorizarem a inovação. Empresas estas que muitos penso que conheceram, mas vale a pena frisar. 

1) Blockbuster

Talvez este seja o caso mais famoso de falta de inovação que resultou em falência. Você deve se lembrar que há 10 ou 20 anos você alugava filmes em locadoras. Não havia outros canais para conferir lançamentos da indústria cinematográfica a não ser pelo cinema ou pela locação de fitas ou DVDs. Mas o tempo passou e novas tecnologias surgiram, como a TV a cabo on demand, Netflix e serviços similares, televisores inteligentes, Internet das Coisas (que permite acessar estes conteúdos através de diferentes dispositivos), entre outros recursos.

E cada vez mais as locadoras se tornaram obsoletas. A maior franquia mundial de locadoras era a Blockbuster, que tinha uma clientela fiel, mas que sucumbiu diante da visão apegada ao seu modelo de negócio perante as novas tecnologias. E não demorou muito para a companhia morrer, já que não buscou novas soluções diante do desafio em que se viu deparada. O mais absurdo é que a Blockbuster teve condições de se adaptar: em 2000, ela poderia ter comprado a Netflix e preferiu não fazê-lo.

2) Yahoo!

Quem usava a internet por volta de 2005 sabe que o Yahoo! era o maior portal de internet do mundo, chegando a valer US$ 125 bilhões. Após 10 anos, a companhia foi vendida para a Verizon, apenas por US$ 4,8 bilhões, muito abaixo do seu valor e por uma fração dos US$ 44,6 bilhões oferecidos pela Microsoft em 2008.

Além de decisões erradas, um fator que fez com que o Yahoo entrasse em crise foi a falta de inovação e visão de futuro. Ao invés de expandir para ser o maior portal de busca da internet, permaneceu a ser um site de atualidade. A empresa poderia ter comprado o Google por US$ 1 milhão, quando este era só uma startup, mas declinou.

3) Kodak

E o que dizer de uma marca muito popular de câmeras que poderia ser um sucesso hoje, em plena era de selfies e redes sociais alimentadas por imagens e fotos? Na década de 1970, a Kodak detinha 80% das vendas de câmeras fotográficas e 90% dos filmes em todo o mundo. Mas não se adaptou às câmeras digitais que surgiram duas décadas depois, e acabou morrendo por falta de inovação. Após 2007 com o lançamento dos Smartphones, ela viu seu mercado cair cada dia mais até que em 2011 ela simplesmente fechou as portas.

4) Blackberry

Até pouco tempo, ouvíamos falar muito da Blackberry e de seus dispositivos móveis. O primeiro smartphone foi inventado pela RIM, empresa canadense que possuía marcas como a Blackberry. Isso ocorreu no começo dos anos 2000. A companhia chegou a ter mais de 50% do mercado de celulares nos Estados Unidos, em 2007.

No entanto, em 2007, foi lançado o primeiro iPhone da Apple, que trazia não apenas a possibilidade de ser um smartphone, mas ter vários tipos de mídias em um só produto. O erro da Blackberry foi ignorar as tecnologias que o iPhone estava trazendo. Executivos da Blackberry, como contam os historiadores, chegaram a dizer a seguinte frase: “não se preocupe, ninguém vai utilizar um telefone que não tenha teclado”. A Apple focou em atender pessoas físicas, ampliando ainda mais a distância com seus concorrentes. E assim a Blackberry faliu pouco tempo depois.

5) Xerox

Esta companhia não faliu, mas não é mais nem uma fração do que era. A fotocópia é no brasil ainda chamada de xerox não é à toa. A Xerox foi uma impulsionadora de novas tecnologias há duas décadas. Situada na Califórnia, a companhia criou o PARC (Palo Alto Research Center), um parque tecnológico e inovador, quando ainda nem era moda investir em algo do tipo. A empresa passou a desenvolver impressoras a laser, computadores e outras tecnologias, inspirando várias companhias bilionárias hoje em dia. E por mais que servisse de inspiração, pouco aproveitou o que produziu e não levou os seus projetos adiante. O que faltou, neste caso, foi um projeto de gestão da inovação, e não da inovação propriamente dita.

O que é, exatamente, a inovação e por que é importante!!!

Em resumo, posso dizer que a inovação é criar novas soluções para velhos problemas. E, esmiuçando um pouco mais esse conceito, podemos pensar em inovar como uma forma de olhar ao nosso redor, entender o mundo e enxergar oportunidades de fazer e viver melhor, porém isso exige denovo, um “Novo Mindset”, uma nova mentalidade, uma nova forma ou maneira de ver as coisas ao nosso redor.

A importância da inovação está na capacidade que ela tem de afetar tudo o que nos cerca: desde os resultados financeiros do negócio até a qualidade de vida fora do trabalho. Isso porque estamos como sociedade enfrentando mudanças com velocidades sem precedentes (tecnológicas, geopolíticas, conceituais, de hábitos de consumo e de estilo de vida) e na medida em que deixamos de compreender esses movimentos, perdemos oportunidades de trabalhar melhor, viver melhor e crescer como profissionais e seres humanos. E a consequência dessa perda tem duas verticais ao meu ver: uma é ficar obsoleto em termos de repertório e “conhecimento pessoal” o que pode nos deixar em sérios apuros; outra é perder a relevância na vida de clientes, “como negócio, como empresa”. 

Bem, na carreira, significa estagnar, e para não nos tornarmos estagnados, o momento exige adotarmos o “Lifelong Learning”, algo que já falei em outros artigos bem como no livro – TDD, ou seja, não parar de aprender, pois o que antes “uma faculdade, um curso, uma especialização” nos dava uma certa vantagem para usufruir desses títulos por cerca de 10 a 15 anos, hoje se torna obsoleto muito rapidamente, diria que 5 anos ou menos e isso nos exige portanto desaprender e reaprender para esse novo momento, para essa nova década, reforçando o que foi dito pelo escritor e futurista americano Alvin Toffler, sobre o profissional do século XXI – sugiro a leitura sobre o tema. Em nosso jeito de viver, significa qualidade de vida inferior. E na nossa forma de pensar, deixar de inovar significa deixar de aprender, de abrir a cabeça e de ter mais sabedoria para lidar com todas as questões complexas que nos rodeiam e das quais todos enfrentamos nesse início de década. E, ficar para trás nos negócios significa prejuízo, significa fechar as portas, deixar de existir, tornar-se irrelevante para o mercado, assim como aconteceu para as 5 empresas exemplo no início desse artigo. 

Portanto, “inovar” é uma busca que precisa fazer parte do nosso dia a dia. Inovaré se movimentar. Movimentar-se significa crescermos e evoluirmos como sociedade para um mundo melhor! 

Bill Gates: eu acredito na inovação, e que a maneira de obte-la é financiando pesquisas e aprendendo os fatos básicos. 

Inovação é portanto o grande diferencial competitivo no ambiente corporativo atual 

No mundo empresarial é o mercado quem dita as regras. Hoje, em um cenário de extrema competitividade, não repensar a atuação da empresa e deixar de inovar certamente pode significar estar seguindo para o Efeito Seneca “o crescimento é lento e a ruína, rápida”.

Nesse contexto, os investimentos em inovação são fundamentais para alinhar a empresa com as atuais demandas do mercado. A evolução de hábitos e costumes dos clientes é constante e, por isso, há sempre a necessidade de a empresa se reinventar para manter-se atraente. Mas não confundir “somos uma empresa inovadora”, porém com mentalidade velha, é o que mais tenho visto e presenciado.

Além disso, inovar significa também aprimorar, tornar melhor o que já era bom. Com o avanço acelerado da tecnologia, o surgimento de novas tecnologias emergentes das quais tenho descrito no Cap 4 no livro TDD  quanto a confluência tecnológica que nos permite criar soluções para as mais diversas áreas, algo que pelo menos deveria estar sendo aplicado dentro das empresas, mesmo começando pequeno, mas com um portfólio ou repertório de [H] horizontes 1, 2 e 3, onde: H1 [hoje] – H2 [depois] – H3 [amanhã] – e com com esses horizontes torna mais fácil atingir aprimoramento em inovação a sua forma, mas tome muito cuidado com o “Sistema Imunológico” da empresa atual, ela é o vilão e o principal matador de inovação, e se isso exige fazer como fez Elon Musk, criar um grupo fora da empresa atual para criar a SpaceX, o faça o mais rápido.

Seja no ambiente interno ou fora dos muros da empresa, há sempre um recurso inovador capaz de melhorar a sua rotina e, consequentemente, servir também como diferencial competitivo frente àquelas que negligenciam o papel das inovações.

Muitas são as variáveis capazes de definir ou contribuir para que um negócio tenha bons resultados em sua gestão. As inovações na empresa certamente se inserem nessas variáveis, e com merecido destaque.

E para encerar, atualmente, em um mercado cada vez mais marcado pela competitividade, manter a empresa alinhada com as novas tecnologias e conceitos tem se provado ser um grande diferencial competitivo, capaz de melhorar significativamente inúmeros aspectos da rotina das companhias que o vem fazendo, de clientes, de colaboradores, o que resulta em muitas vezes por um efeito positivo para a sociedade em que essas companhias estejam inseridas.

Quer ficar por dentro da Transformação Digital, segue lá meu podcast.

Até o próximo artigo. Espero que esse breve texto possa ter sido válido para sua busca de aprendizado sobre inovação.

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