Muitos dos produtos e serviços que utilizamos em nossas vidas diárias não estavam disponíveis há poucos anos. Basta olharmos para nosso comportamento em relação aos smartphones e a forma como nos comunicamos nos dias atuais. Muitos sentiram na pele no dia 04/10/2021 a pane global quando o WhatsApp ficou fora do ar, além do Facebook e Instagram que também apresentam o mesmo problema, e depois de uma falha de mais de 6 horas, os aplicativos voltaram gradualmente a funcionar.
Importante salientar ainda que os fornecedores desses novos produtos e serviços travam batalhas ferrenhas todos os segundos, 24 horas por dia, sete dias por semana por sua lealdade e atenção como cliente, com criativos programas de incentivos, modelos de negócios inovadores e disruptivos a todo instante. Na nova economia digital, o mercado está mudando com muita rapidez, levando a contínuas ações para alavancar uma oportunidade recentemente percebida, ou reagir a novas ameaças detectadas, e tudo isso tendo um componente primordial – Dados – traduzidos para informação e inteligência – que se traduz em vantagem competitiva alavancada.
A vida útil da maioria dos novos modelos de negócio é muito mais curta que a dos tradicionais, mudando a equação de viabilidade econômica. Como exemplo, pense nas operadoras de telefonia. Por décadas e décadas evoluíram lentamente, oferecendo essencialmente os mesmos serviços. E agora estão em guerra total, muitas delas inclusive se tornando cada vez menos relevante para seus clientes, perdendo Share de mercado e por consequência como dizia Seneca – rumo a ruína.
Uma nova característica oferecida por uma será imediatamente copiada pelas outras, e a diferenciação competitiva de ontem se torna parte das características básicas de amanhã, isso apenas pra percebermos o quão rápido o mercado está.
A agilidade e a flexibilidade são agora componentes essenciais da ação estratégica. Identificar ou criar uma oportunidade de negócio exige foco no ambiente em contínua mudança, e mais ainda, Foco com base em DADOS.
Jef Bezos diz que: “nessa nova economia precisamos tomar decisões com apenas 70% de informação, porque se aguardarmos pra ter 100% das informações já estamos atrasados.”
Pra que isso se torne possível só há um jeito, digitalizar ao máximo nossos modelos de negócios e criarmos base de dados com painéis “dashboards” executivos que exige muita maestria, e eis aqui um dos grandes desafios dentro das organizações, e diria que em todos os sentidos, mas… tudo isso tem formas e maneiras de fazer e resolver, e todos tem e podem ter acesso a esses meios, porém isso exigirá muito pensamento e talento analítico e ainda mais a mudança de mindset, mentalidade pessoal, individual, coletiva e organizacional.
Bem, para fazermos jus ao título deste breve artigo, precisamos falar sobre a evolução.
O Progresso tecnológico
A transformação digital não é só mais uma palavra da moda, um termo bonito para dizer que vale a pena investir em Facebook Ads, Google Ads, fazer um novo App, novo website, um boot no instagram, montar uma sala com sofás, puf e paredes coloridas, ou algo do tipo.
Pelo contrário, ela faz parte de um processo muito maior, que é chamado de progresso tecnológico impulsionado pelas ondas de inovação, que agora após 50 anos de investimentos em tecnologia da informação e comunicação, onde as últimas 3 (três) ondas de inovação estão acontecendo juntas ao mesmo tempo – hardware, software e redes conectadas -, ou seja a combinação dessas três ondas estão impactando todos os setores, desde economia, educação, varejo, indústria, logística, agronegócio e tudo mais que você puder imaginar.
Portanto, para que possamos entender como Criar Visão Digital para Transformar Negócios é preciso entendermos as três fases principais, sendo a transformação digital o Efeito das duas primeiras.
Vejamos de forma muito resumida mas bem objetiva, como podemos criar uma visão sobre cada uma delas, afim de nos fazer pensar em como elaborar estratégias para implementarmos em nosso dia a dia operacional.
1º – Digitização
Digitização pode parecer estar escrita com a grafia errada, mas a palavra é essa mesma. Ela descreve como o processo de transição de informação analógica ocorre para uma forma digital. Como assim Roger?
Se trata da representação de sinais, sons, imagens e objetos no meio digital por meio de valores binários (onde cada valor é representado por 0 ou 1).
Em outras palavras, os dados são transformados em bits e armazenados em dispositivos eletrônicos, sejam eles pequenos ou grandes centros de processamento de dados que agora podem ser acessados a um clique de distância de qualquer lugar do globo, ou até mesmo no espaço – sendo um pouco lúdico aqui.
Indústrias inteiras se beneficiaram muito desse processo, pois tornou-se bem mais fácil guardar e proteger informações importantes e, por vezes, confidenciais. Exemplos clássicos de aplicativos que usamos para isso são: Dropbox, Google Drive, Mega Drive, Onde Drive, AWS, dentre outros tantos.
2º – Digitalização
A digitalização já é bem mais abrangente e consiste nas mudanças reais realizadas nas organizações por meio do uso da tecnologia, e vem ganhando cada dia mais força e mais adeptos em todo o mundo, a medida que a nossa economia passa a ser cada vez mais digital, a começar com exemplo mais recente, o dinheiro digital.
Isso inclui alguns conceitos bem mais avançados, como Big Data, Computação em Nuvem, Internet das Coisas, Blockchain, Criptomoedas, Smart Contract, Inteligência Artificial, Computação Quântica, Machine Learning, Deep Learning, Data Science, dentre outros.
Um erro comum é acreditar que a digitalização significa usar apenas mais TI (tecnologia de informação e comunicação), mas os exemplos citados mostram que vai muito além disso, já que envolve uma visão muito mais holística da tecnologia certa a fim de causar mudanças e impactos, das quais podemos ver em alguns novos negócios nascentes (Startups) usando todo o potencial das tecnologias emergentes e criando fluxos de receitas em semanas dentro de setores consolidados por décadas ameaçando modelos de negócios de grandes empresas que ainda se mantem apegado a economia da Revolução Industrial (mindset industrial). Eis aqui um primeiro sinal de que nos exige a ver esse novo início de década (Séc XXI) com outros olhos, com uma nova mentalidade, com um novo mindset, e diria mais, nos exige desaprender, desapegar e reaprender para essa nova economia, que passa ser cada vez mais digital.
como disse Alvin Toffler: “o analfabeto do século XXI não é aquela que não sabe ler e nem escrever, mas quem não souber desaprender e reaprender”
3º – Transformação digital
Agora chegamos, por fim, à transformação digital, que é descrita no progresso tecnológico como “o efeito total e geral da digitalização na sociedade”. O que isso quer dizer?
Com a digitalização em seu estado completo, novas oportunidades de mudança e evolução surgem para organizações de todos os tipos, inclusive novas oportunidades para empreender e criar novos negócios.
É possível — e por vezes muito, mas muito necessário — mudar estruturas socioeconômicas, hierárquicas, padrões organizacionais, barreiras culturais e até mesmo as leis de uma país, estado ou cidade.
Resumindo portanto, dessa forma, podemos dizer que a digitização é a conversão, a digitalização é o processo e a transformação digital o efeito.
Essas três fases precisam fazer parte das estratégias para perenidade dos negócios nesta década. Os planejamentos estratégicos devem ser revistos para adequar a empresa ou o negócio em ciclos de tempo mais curtos. Por isso, estamos presenciando tantas transformações na área de TI, com novos processos de planejamento e novos ambientes de desenvolvimento, capazes de operar com níveis de agilidade e flexibilidade não disponíveis em um ambiente tradicional, analógico e convencional.
A concorrência na nova era é condicionada pelo tipo certo de liderança e à capacidade de desenvolver a organização, processos e habilidades para suportar novos níveis requeridos de agilidade e flexibilidade. As organizações tradicionais “pesadas e lentas” estão tendo muita dificuldade em se adaptar a esses requisitos.
Porém, importante reforçar que são as pessoas e suas características de liderança e capacidade de inovação é que criam a organização “leve, ágil e enxuta” ao qual permite operar no nível certo de agilidade e flexibilidade na nova economia.
Em termos de proporções, a “Transformação digital é 70% gestão e processos e 30% é o uso de tecnologia – ferramentas certas”
Os novos requisitos de competitividade enfatizam ainda a capacidade de reação rápida em áreas nas quais o desenvolvimento de negócios não pode ser planejado com muita antecedência. Isso leva as empresas a buscar, interna ou externamente, quem quer que tenha o conhecimento ou habilidade necessários prontos para serem fornecidos. Em tais circunstâncias, cada empresa – e cada organização interna de TI – será direcionada a focar em algumas áreas essenciais de atuação, em que atingem altos níveis de excelência, lançando mão de forma oportunista de parceiros internos e externos para formar a combinação certa de recursos para cada iniciativa específica.
Muitas empresas ainda hesitam em se jogar na era do negócio digital. Normalmente, isto ocorre devido a uma combinação de duas razões, sendo que uma reforça a outra. Essa mudança requer um salto radical muitas vezes, e eles não estão seguros de como agir. Mas, isso pode ser conduzido na proporção e no nível de risco que a empresa considerar apropriado, através de células de inovação de negócio independentes (mas não isoladas) dos negócios habituais. Temos visto essas “células”, porém de forma isolada do negócio, e pelo que já li e vi, esse formato de “estar isolado” tende a não dar certo, então cuidado na hora de implementar a sua estratégia de inovação.
Outro ponto que vejo, são os líderes do negócio nem sempre possuem uma percepção clara das possibilidades do negócio digital, porém as pessoas e empresas fazem e farão parte deste novo mundo, querendo ou não.
Mercados dinâmicos, como varejo, finanças e seguros, já avançam em novos caminhos. E podemos esperar para breve, uma explosão nos mercados de educação e serviços de saúde, o que na verdade já vimos acontecer nos últimos 12 meses.
Em um mundo cada vez mais globalizado, as empresas brasileiras devem reagir aos mesmos fatores que as empresas de países desenvolvidos. Isto significa que, independente de quão favoráveis ou desfavoráveis sejam as nossas condições atuais, as empresas devem iniciar o movimento na direção da nova economia digital o mais rápido possível, sem ter medo de começar.
…começar algo novo tem risco, porém mais arriscado é não fazer nada e permanecer na inércia.
Sem dúvida, estamos em tempos de definição de uma nova era econômica, eu diria que estamos no meio da transição, e o momento em que “vale quase tudo”. A nova era de negócios digitais abre oportunidades inéditas, assim como traz novos riscos. A condição básica é pensar as oportunidades com uma nova mentalidade, um novo mindset, e isso nos exige maturidade digital e todos os níveis, seja individual ou empresarial. E aqui um ponto importante, como anda o nível de maturidade digital da organização? Você tem parâmetros? Quais? Não tem nenhum parâmetro ou não faz idéia? Durante a escrita do meu livro, eu elaborei um modelo em que é possível obter o nível de maturidade tanto individual quanto empresarial. E se você tiver interesse em conhecer ou deseja implementar em sua organização, fique a vontade para me acionar aqui no linkedin, que terei o maior prazer em apresentar duas ótimas ferramentas pra isso.
Bem, e pra finalizar, eu diria que há muito espaço aberto pela frente e a muitas oportunidades, aguardando por talentos e olhar estratégico para tomar posse dele. E o momento é agora. Comece. Não fique parado olhando para seu concorrente, porque quando menos você esperar, ambos serão pegos de surpresa.
Quer ficar por dentro da Transformação Digital, segue lá meu podcast.